Fala a esperança
Você tinha levantado a sua casa sobre a espuma da ilusão. Por isso ela desmoronou mil vezes, com o vaivém das ondas. A areia loura das praias foi o fundamento das suas edificações, e a ruína era inevitável.
Suas regras do jogo foram o cálculo de probabilidades e as constantes psicológicas, e os resultados estão aí. Mas tenho uma palavra final para lhe dizer neste amanhecer: ainda pode ser; a esperança ainda é possível; amanhã vai se melhor.
Vamos a começar outra vez
Se até gora houve ruínas, de agora em diante, vai ser castelos de luz apontando com sua proa para vértices eternos. Se até agora você colheu desastres, lembre-se: estão chegando primaveras cintilantes.
Por trás da noite fechada há altas montanhas, e, por trás das montanhas noturnas, vem galopando a aurora. Só é belo acreditar na luz quando é noite.
Olhe: essas estrelas azuis ou vermelhas, faíscam desde a eternidade. Seja como elas: não se canse de brilhar. Semeie pelos campos secos e cumes agrestes, a misericórdia, a esperança e a paz. Não se canse de semear, mesmo que seus olhos nunca vejam as espigas douradas. Os pobres, um dia, hão de vê-las.
Extraído do livro “Mostra-me o teu Rosto” do Frei Inácio Larrañaga
Comments