Infância Espiritual
Ser salvo, segundo Jesus, é tornar-se progressivamente criança. Para a sabedoria do mundo, isso é algo completamente estranho porque estabelece uma inversão de valores e julgamentos. Na vida humana, segundo as ciências psicológicas, o segredo da maturidade (salvação) é afastar-se progressivamente da unidade materna e de qualquer tipo de simbiose, até atingir a independência completa e ficar sem qualquer apoio.
“Permanecer criança é reconhecer o próprio nada, esperar tudo de Deus como uma criança espera tudo do pai; não se preocupe com nada, não busque fortuna...
“Se você não se tornar como uma criança, não entrará no Reino dos céus” (Mt. 18, 1-4). Torne-se uma criança! A criança é um ser essencialmente pobre e confiante, confiante porque sabe que a sua fraqueza corresponde ao poder de alguém; numa palavra, a sua pobreza é a sua riqueza. Por si só, a criança não é forte, nem virtuosa, nem segura. Mas é como o girassol que se abre ao sol todas as manhãs; Dali ele espera tudo, dali recebe tudo: calor, luz, força, vida...
Tornar-se criança, viver a experiência do Abba (querido Pai) não só na oração, mas sobretudo nas eventualidades da vida, viver confiantemente abandonado ao que o Pai decide, tudo isto parece simples e fácil. Mas na realidade é a transformação mais fantástica, uma verdadeira revolução no velho castelo construído de autossuficiência, egocentrismo e loucura de grandeza.
Extraído do livro “Mostra-me o Teu Rosto” do Frei Inácio Larrañaga
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