A bandeira do amor
Quem é mais forte: fogo ou a água? -perguntou o Pobre.
A aparência responde que é fogo, porque o fogo arrasa, queima, incendeia e não deixa nada vivo por onde passa. Mas se você puser os dois na luta, vai ver como a água triunfa sobre o fogo, a paz sobre a guerra e o perdão sobre a vingança. As roupas com que o Enviado vai se vestir serão a mansidão, a paciência, a humildade. As três, juntas, constituem um só vestido: a fortaleza.
Nossos dias estão contados, mas os dias do Pai são eternos; por isso, ele não tem pressa. Ele consegue mais com a sua eterna paciência, do que nós com nossos raios de cólera. No fundo, trata-se de um tremendo mal-entendido: queremos soltar a maquinaria da fúria gritando: arrasemos, arranquemos o mal acabando com os maus.
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Mas no fundo, o problema é um só: a incapacidade de amar. Por isso recorremos tão depressa ao raio e à cólera sagrada, por nossa incapacidade de amar, de vencer o mal com o bem. Qual é a graça de amar os amáveis? Se não somos capazes e enfrentar o mal com o bem, qual é o nosso mérito e a nossa razão de ser? O Pai me mandou soltar a maquinaria da bondade ao redor do mundo, e que crave no cume do mundo a bandeira do amor. E no fim me disse que o mundo só vai ser salvo com um dilúvio de amor.
Do livro O Pobre de Nazaré do Frei Inácio Larrañaga