Alegria e dor
O amor do Pai estende-se sobre a terra como uma imensa onda e, com suas asas protetoras, envolve e abraça todas as criaturas. Essa é a razão definitiva da alegria dos filhos dos homens.
E Jesus desfiou um leque multicolorido de parábolas, apólogos e comparações para mostrar que o Pai nos ama gratuitamente. Uma mensagem tão otimista só pode ter brotado de um coração jubiloso e, por isso, estamos afirmando a todo o instante que o Evangelho é um hino à alegria.
Os evangelhos, entretanto, também nos apresentam Jesus como um homem oprimido pelo sofrimento. Efetivamente, existem nos Evangelhos vislumbres que não fazem suspeitar que Jesus estava familiarizado com o sofrimento e que possuía aquele conhecimento sobre a dor que só está pode dar.
É um texto muito cruel. Parece o prelúdio da paixão. A dor mais aguda é sentir-se portador de uma mensagem de amor e, ao entrega-la e por entrega-la, receber a incompreensão, a rejeição, a condenação e a execução.
Jesus tinha todos os motivos para se retirar da vida, decepcionado com a raça humana. Mas não o fez. Nas horas de Paixão, nunca o vemos fechado em si mesmo, ruminando seu fracasso, entregue à autocompaixão.
A todo instante o vemos esquecido de si mesmo e preocupado com os outros.
Do livro “A Arte de ser Feliz” do Frei Inácio Larrañaga
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