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Despedida e bênção da Mae


Diante de uma insistência do Filho, a Mae concordou, afinal, em sentar-se à mesa. Os dois ficaram em silêncio durante muito tempo, sem levantar os olhos, servindo-se de algum bocado sem vontade, como quem disfarçar o momento difícil que está passando.


- Mae! Disse Jesus

A hora chegou: vou embora. Vou anunciar um Reino que será como uma maré alta sob a lua cheia. Vou caminhar por uma trilha rodeada de precipícios, por onde passam os chacais. Comigo vão voltar as andorinhas, e a primavera voltará a dançar em nossos jardins e quintais. Mas, Mae, lembre-se, não vai ser um diluvio de água, mas de amor...


Não acho que tenho o direito de protestar, meu Filho, porque meus direitos estão nas mãos de meu Senhor. Por isso, do mesmo modo que no dia em que você desceu ao meu seio, pronuncio para você, neste momento, a única palavra que mora no meu coração: Faça-se. Pode ir embora.


Os que amam nunca ficam sozinhos, Mae, mesmo que os separem mares e oceanos. No esquecimento há distancias infinitas, mas a lembrança não tem distâncias. Eu vou embora, Mae, mas vou a ficar aqui, a seu lado, sentado à sombra do limoeiro do jardim.


Extraído do livro “O pobre de Nazaré” do Frei Inácio Larrañaga

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