Humildade hoje
Mas ai! A humildade é uma moeda desvalorizada, uma palavra que pouco ou nada diz a nossos ouvidos e que, por isso mesmo, hoje está fora de circulação.
Começamos, pois, dizendo:
O humilde não se envergonha de si
nem se entristece.
Não conhece complexos de culpa, nem
mendiga autocompaixão.
Não se perturba nem se encoleriza,
e devolve o bem pelo mal.
Não busca a si mesmo,
porque vive voltado para os demais.
É capaz de perdoar
e fecha as portas ao rancor.
Um dia atrás do outro, o humilde aparece
diante de todos os olhares vestido de
doçura e paciência, mansidão e fortaleza,
suavidade e vigor,
maturidade e serenidade.
Habita permanentemente na morada da paz. Suas melodias favoritas, são os verbos desaparecer, desapropriar-se, desinstalar-se, desinteressar-se. Encanta-o viver retirado na região do silêncio e do anonimato. O humilde respeita tudo, venera tudo, não há entre seus muros atitudes possessivas nem agressivas. Não julga. Não pressupõe. Nunca invade o santuário das intenções. É sensível a ponto de sentir como seus os problemas alheios e seu estilo é da alta cortesia. Em suma, é capaz de tratar aos demais com a mesma compreensão com que trata a si mesmo.
Em suma, trata-se da espiritualidade dos “anawins”, os pobres e humildes de Deus. Encontramo-nos, pois, no coração das bem-aventuranças, no cume do
Sermão da Montanha. O caminho da humildade sempre conduz ao objetivo do amor.
Extraído de “Negociações Semanas de Culminância” 2012-2013, Inácio Larrañaga.
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