Viagem ao interior de si mesmo
Por sua interioridade (solidão) o homem é superior ao universo inteiro. E volta a essas profundidades (de si mesmo) quando entra dentro do seu coração (GS 13).
Por sua intima natureza, o homem é um ser social, e não pode viver sem desenvolver suas atividades, sem se relacionar com os demais (GS 12).
Quem não sabe dizer “eu” nunca saberá dizer “você”. Perdoar os outros é relativamente fácil. Perdoar a si mesmo é muito mais difícil.
É impossível descobrir e aceitar o mistério do irmão se não tivermos descoberto e aceitado antes o mistério de nós mesmos. Os que sempre se movem na superfície jamais vão suspeitar os prodígios que se escondem nas raízes. Quanto mais exterioridade, menos pessoa. Quanto mais interioridade, mais pessoa.
Como é isso? De que se trata? Trata-se de uma impressão, na qual e pela qual eu possuo a mim mesmo. É um ato simples e auto possessivo. Sem reflexão nem análise. Fico assim diante de meu próprio mistério, diante de uma coisa que não muda nunca e permanece sempre.
Eu tinha 5 anos, supondo que agora tenha 50. Comparo minha figura atual com aquela figura de 5 anos, e digo: que cara diferente! E eu sou aquele ali. O mesmo eu aplica-se a morfologia tão diferentes. A identidade pessoal sobrevive a todas as mudanças, até a morte, e até além da morte. É o mistério de mim mesmo!
Extraído do livro “Suba comigo” do Frei Inácio Larrañaga
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