Dê a Deus um lugar
"Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é O Reino dos céus. " (Mt. 5, 3)
O único ídolo que de verdade pode disputar palmo a palmo o reinado de Deus em nossos corações, é o nosso próprio Eu. Nosso "eu" tende a converter-se em "deus". Isto é: nosso “eu” reclama e exige culto, amor, admiração, dedicação e adoração , em todos os níveis, que só a Deus são devidos. Os dois não podem governar ao mesmo tempo no mesmo território, em conclusão, ou se retira um ou se retira outro. “Não se pode servir a dois senhores” (Mt. 6:24).
Quando nosso interior está liberto de interesses, propriedades e desejos, Deus pode estar ali sem dificuldade. Ao contrário, na medida em que nosso interior estiver ocupado pelo egoísmo, não haverá mais lugar para Deus. É um território ocupado.
Assim, chegamos a compreender que o primeiro mandamento é idêntico à primeira Bem-aventurança: quanto mais pobres, desaprendidos e desinteressados somos, Deus é “mais” Deus em nós. Quanto mais somos "deus" para nós mesmos, Deus é "menos" Deus em nós. O plano está , pois, muito claro: “importa que Ele cresça e “eu” diminua” (Jo 3:30).
Extraído do livro Mostra-me Teu Rosto, do Frei Inácio Larrañaga
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